Viragem
Não perdi a capacidade de amar… apena cansei de ser traída, enganada, incompreendida!
Cansei de só encontrar gente que não sabe amar, que confunde relacionamento com tirania, abuso, ciúme injustificado, vileza, veneno!
É possível que nunca mais me diponibilize para viver com seja quem for!
Já não me apetece conceder direitos sobre a minha vida a quem venha a pretender tomá-la sob o seu domínio…
Ninguém mais vai dominar seja que área for do meu viver!
Reivindiquei a minha liberdade, que a muito custo recuperei, e nunca mais vou abrir mão de tal preciosidade! Tenha-se, ou não, outras vidas, não abdico desta, que é a única que conheço e de que dou notícia! Nem que pudesse ter cem vidas, depois desta!
A felicidade é um percurso quotidiano que vou trilhando, dia após dia, hora após hora, em pequenas doses, reveladas em coisas simples que vão acontecendo, e que vou aceitando, sem regatear-lhes a importância ou tamanho, a sua quantidade ou valor!
Aceito aquilo que a Vida, parca ou generosamente me dá!
Não teorizo acerca da Felicidade, nem do Amor: faço o possível por vivê-los e senti-los, conforme chegam à minha existência de ser humano que alguns tentam catalogar de “diferente”... Pouco me importa, neste momento, o que eles pensam de mim! Esses não param, certamente, para se autoquestionarem se estão certos ou errados, pomposa e orgulhosamente instalados no trono do seu próprio orgulho, e cheios da convicção da sua real importância!
Cinjo-me à minha vida de grão de areia, no meio do areal extenso que é o Mundo… Talvez este grãozito de areia seja diferente, talvez brilhe um nadinda mais ou seja de outra cor… que me importa? Apenas sei que, numa certa porção de areia, esse pequeno e humilde grão pode ser recolhido pela Mão Omnipotente de Quem criou todas as coisas… e numa Sua atitude sábia e entendida nas leis por Si criadas, esse mesmo grão de areia, igual ou diferente – tanto faz!- seja, num leve sopro, disparado pelos ares para fazer dele o que ao Criador lhe apraz, para Sua conveniência e glória!
Aprendi a ser feliz com pouco, não sou bulímica de Felicidade! Sou uma viajante, ou peregrina da Vida que, neste seu percurso simples e desprentencioso, vai gozando a viajem, apreciando a paisagem que a rodeia, usufruindo a seu modo, conforme consegue e sabe, tudo o que encontra por diante, tudo o que maravilha os seus olhos, o seu entendimento!
Para poder guardar tudo em seu coração!
Nely
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