quarta-feira, 30 de maio de 2012

REPERCUSSÕES - Nova prosa poética minha

“A vida é um poço de águas profundas” - Ckrisnamurti



                                        REPERCUSSÕES



Por vezes, faço minhas as palavras que outros já utilizaram, para falar do que me vai na alma …
E outras vezes, as palavras brotam do mais profundo, ao som de uma melodia que soa ao meu redor…
É então que floresce aquilo que trago guardado, nos recônditos fechados do interior de mim …
Porque os acordes de uma simples música despertam ecos nos sentimentos guardados, silentes, ignorados, no torvelinho consciente e vertiginoso do quotidiano, onde mil coisas atropelam aquilo que acabo, involuntariamente, por calar …
As palavras transformam-se em gaivotas libertas no céu azul, e no eco do bater das suas asas, os sentimentos repercutem nos infinitos do firmamento da amizade e do amor, que vou pintando, camada por camada, na aguarela da vida …
Da alma evolam-se, como leve fumo de aromas de incensário, e abrem-se, como corolas de flores a desabrochar, os sentimentos que recalquei …
E a melodia que escutei vem emprestar uns acordes vibrantes ao que pintei, porque o que sai de mim retrata-se na semelhança do que a vida faz reluzir e mover à minha volta …
Então surgem, de todas as cores, pétalas vibrantes e ternas, das flores do meu sentir, e o colorido não desmentido do azul desse céu que é o meu universo de projecção, e que vou aplicando, pouco a pouco, como pano de fundo, no quadro das sensações que me invadem e quero partilhar …
Para integrar-me nesse mundo em que surgi, entre tantas outras pessoas que sentem e vivem o mesmo do que eu!

Nely

(Do meu livro de prosas poéticas  portuguesas "Momentos Líricos")

domingo, 27 de maio de 2012

R E L O J D E A R E N A

(Uma prosa poética evangélica de minha autoria, em língua espanhola)                       

R E L O J    D E    A R E N A






Como la espuma del río, que se lo lleva todo, en la corriente, así el tiempo se lleva lo que el reloj nos descuenta... Y lo mío va por tu cuenta!
Va por tu cuenta el olvido, que yo me hago, del Mundo, porque cambiaste mi vida, con todo Tu Amor Profundo!
Del tiempo que Tu me das, alguno, ya, lo he gastado! Pero, con profunda pena, veo que, también, alguno he desechado!
Pero mi reloj de arena, aun debe de tener alguno, para que yo lo utilice, sin desperdicio ninguno!
Como voy a aprovechar el tiempo que me estás concediendo?
Con algunas oraciones, y estas líneas, escribiendo!
Y además, que puedo hacer?
- Dímelo Tu, Señor Divino, porque Tu te hiciste cargo, del Plano de mí destino!



Nely

(Do meu livro de Poemas e Prosas Poéticas em Língua Espanhola: "La Flor De La Mañana").

quinta-feira, 24 de maio de 2012

                                  PINTURAS



Pinto, com as palavras, o que a alma contém... paisagens, que só eu mesma conheço... mas nas quais outros se reconhecem, também...
Pinto as cores do arco-íris da alegria interior, quando me habita... e o cinzento, pardacento, da chuva que, às vezes, se precipita, após a tempestade dos sentimentos furiosos, descontentes, ou chocados, repentinos...
Pinto o crepúsculo e o esmaecer de paisagens de saudade...
Pinto o pássaro verde, chamado esperança, que, constantemente, poisa no umbral da minha vida...
Pinto o fulgor do sol, das paixões que me invadem, tórridas e fugazes, como labaredas que, cedo, se extinguem, mas cujo calor sabe tão bem à alma!...ou as cores mais suaves, mas duradouras, do Amor, quando, pouco a pouco, vem entrando em mim, quase disfarçadamente, mas de modo agradável, como o assalto de um ladrão, que detecto, apesar de tudo, ao mais ligeiro sinal...
Pinto o azul, rumorejante, do mar em movimento, que, de tanto o contemplar, já faz parte de mim!...
Pinto a multicolor Primavera, que me renova o ser, quando a Fé, flor perene e tão bela, brota, singela, ao contemplar a Majestosa Presença Divinal do meu Excelso Criador, que põe em mim essa capacidade e dom de pôr tudo no papel!...

Nely

(Do meu livro de Prosas Poéticas "Rubis e Safiras")

domingo, 20 de maio de 2012

ESSE TEU EQUÍVOCO

 ESSE TEU EQUÍVOCO

(recado a um amigo distante e afastado)

Tu que querias conhecer-me… por admirar-me à distância… a quem os meus escritos inspiravam, enchiam de admiração…
Tu, a quem dediquei uma amizade sincera, que julguei correspondida, a ponto de pensar que era para a vida… como te afastaste! Como mudaste!
Tu que parecias tão sincero, nas tuas manifestações de respeito e amizade… artista e estudioso, ao mesmo tempo… como eu própria te admirava, como te quis com carinho puro e sincero!
Que fizeste da amizade que um dia, entre nós, nasceu? Quê ou quem te fez mudar de atitude? Que te fez afastarte e infligir-me a dor da desilusão?… de te afastares, e ignorar-me, sem nenhuma explicação!…
Ainda espero por ver-te vir ao meu encontro, sorrir, e dizer: -Há quanto tempo! … Ainda tenho os braços abertos para receber-te, apesar da mágoa que ainda me causa a tua inexplicável atitude!  A última vez que te vi, num momento de dor profunda, não pensei que me irias, doravante, ignorar tão insensivelmente…
Mas Aquele que me inspirou a escrever as coisas que um dia tanto admiraste, tem-me ensinado a perdoar!
Por isso, se alguma vez quiseres voltar, e segurar as mãos que se mantêem para ti estendidas, ter-me-ás aqui, todavia, e poderei sorrir-te, ainda que com um olhar um tanto triste…   Então, poderás ver que me incompreendeste, e que o que escrevo, é o que sinto, é o que o meu Mestre tem gravado, a pouco e pouco, indelevelmente, no meu coração… Poderás ver o quão enganado tens estado a meu respeito: porque sempre fui, sigo e seguirei sendo diferente de muita gente! Seguirei sendo ainda muito mais do que aquilo que em mim entreviste, e não buscaste conhecer melhor!
Talvez, se essse dia, por fim, puder chegar, e por-nos frente a frente, poderás também aperceber-te de que cadeias nenhumas prendem a minha alma, ninguém logrou domar a minha alma indómnita, que só aceita o jugo de Jesus Cristo! Que tudo o que foi feito para me afastar das pessoas a quem sempre quis, não logrou tirá-las de dentro do meu coração! E que as cadeias com que julgaram prender-me e apartar-me cairam por terra, como folhas de papel, como máscaras que deixaram à vista a vileza de quem quis isolar-me sem o conseguir! Porque a minha alma sempre foi livre, mesmo sendo fiel a quem me traiu e não me merecia…
Sou como o vento que vai ou se detém onde quer e ninguém comanda! Sou como o mar cujo movimento  foi e será sempre o mesmo até ao fim dos séculos, sem ser detido por quem quer que seja: Livre, simplesmente! Porque Aquele que me criou, me fez assim! E nada nem ninguém me consegue fazer mudar!
Nely
(Manuela Ramires)

quinta-feira, 3 de maio de 2012

PERENE LUZ


“Certeza iluminando a noite incerta,
Alegria doirando a desventura;
Estrela que a tremer no céu fulgura,
Perfume que adormece e que desperta.”
                    -Anrique Paço D’Arcos, em “Voz Nua e Descoberta”, p.96




                                 PERENE   LUZ

Certeza iluminando a noite incerta,
Surgiste Tu, no meu triste viver…
Encheste de luz a alma deserta,
Para transformá-la num alvorecer…

Alegria doirando a desventura,
Foste o sol a raiar na madrugada;
A pouco e pouco, dando formosura
Ao coração, que não esperava nada…

Estrela que a tremer no céu fulgura,
A pouco e pouco, eu te distingui…
E um Farol, aceso, que perdura,
É a imagem que tenho de Ti!

Perfume que adormece e que desperta,
Odor suave, ou rica fragância,
Tua Palavra é uma flor aberta,
De Verdade e de constância.


Nely

(do meu livro de poemas evangélicos "Fragâncias")