domingo, 20 de maio de 2012

ESSE TEU EQUÍVOCO

 ESSE TEU EQUÍVOCO

(recado a um amigo distante e afastado)

Tu que querias conhecer-me… por admirar-me à distância… a quem os meus escritos inspiravam, enchiam de admiração…
Tu, a quem dediquei uma amizade sincera, que julguei correspondida, a ponto de pensar que era para a vida… como te afastaste! Como mudaste!
Tu que parecias tão sincero, nas tuas manifestações de respeito e amizade… artista e estudioso, ao mesmo tempo… como eu própria te admirava, como te quis com carinho puro e sincero!
Que fizeste da amizade que um dia, entre nós, nasceu? Quê ou quem te fez mudar de atitude? Que te fez afastarte e infligir-me a dor da desilusão?… de te afastares, e ignorar-me, sem nenhuma explicação!…
Ainda espero por ver-te vir ao meu encontro, sorrir, e dizer: -Há quanto tempo! … Ainda tenho os braços abertos para receber-te, apesar da mágoa que ainda me causa a tua inexplicável atitude!  A última vez que te vi, num momento de dor profunda, não pensei que me irias, doravante, ignorar tão insensivelmente…
Mas Aquele que me inspirou a escrever as coisas que um dia tanto admiraste, tem-me ensinado a perdoar!
Por isso, se alguma vez quiseres voltar, e segurar as mãos que se mantêem para ti estendidas, ter-me-ás aqui, todavia, e poderei sorrir-te, ainda que com um olhar um tanto triste…   Então, poderás ver que me incompreendeste, e que o que escrevo, é o que sinto, é o que o meu Mestre tem gravado, a pouco e pouco, indelevelmente, no meu coração… Poderás ver o quão enganado tens estado a meu respeito: porque sempre fui, sigo e seguirei sendo diferente de muita gente! Seguirei sendo ainda muito mais do que aquilo que em mim entreviste, e não buscaste conhecer melhor!
Talvez, se essse dia, por fim, puder chegar, e por-nos frente a frente, poderás também aperceber-te de que cadeias nenhumas prendem a minha alma, ninguém logrou domar a minha alma indómnita, que só aceita o jugo de Jesus Cristo! Que tudo o que foi feito para me afastar das pessoas a quem sempre quis, não logrou tirá-las de dentro do meu coração! E que as cadeias com que julgaram prender-me e apartar-me cairam por terra, como folhas de papel, como máscaras que deixaram à vista a vileza de quem quis isolar-me sem o conseguir! Porque a minha alma sempre foi livre, mesmo sendo fiel a quem me traiu e não me merecia…
Sou como o vento que vai ou se detém onde quer e ninguém comanda! Sou como o mar cujo movimento  foi e será sempre o mesmo até ao fim dos séculos, sem ser detido por quem quer que seja: Livre, simplesmente! Porque Aquele que me criou, me fez assim! E nada nem ninguém me consegue fazer mudar!
Nely
(Manuela Ramires)

Sem comentários:

Enviar um comentário