sábado, 13 de outubro de 2012

O BALOIÇO

O  BALOIÇO

Um baloiço vazio, agitado pelo vento, no meio do parque, à sombra das árvores... Traz-me à lembrança outro baloiço, remoto no tempo… Outro baloiço, com uma criança a divertir-se... Eu! A criança era eu! A tenra infância, meio esquecida, volta, como um filme de cenas entrecortadas, à memória...
Outros baloiços, de outros tempos, são lembrados também: - outros anos, outras infâncias, muito mais aproximadas no tempo: - os meus filhos...
A brisa agita o baloiço vazio, suavemente... E revejo essas cenas felizes, como se as crianças que povoaram, um dia, esse parque, bem como os da minha infância, se pudessem ver agora, ainda que de forma difusa... E a lembrança traz consigo a nostalgia, e a nostalgia me arrasta à saudade de tempos áureos, momentos felizes e alegres, que já não voltam mais...
Outras crianças continuarão a povoar, à vez, o parque, a balançar-se neste local de predilecção para a brincadeira infantil... O tempo continuará a passar, e a produzir lembranças deste teor a outras pessoas, para além de mim...
Mas eu também não vou, de todo, esquecer os momentos em que embalei os meus sonhos inocentes, e os de quem me pediu, tanta vez, com insistência: - Vá lá, mãe, empurra-me! Só mais uma vez!
E o eco desses pedidos ainda repercute na minha mente, quando olho para o baloiço de um parque infantil... Não! Não vou esquecer!
Nely

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