segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Conto - A Coragem de Ser Feliz

“Um cobarde não pode saber o que é a felicidade. É preciso coragem para ser feliz.” – Armand Salacrou



A  CORAGEM  DE  SER  FELIZ

Márcia releu, pausadamente, o que acabara de escrever no seu diário:
“Numa volta súbita do caminho, o Amor ressurgiu, qual um ladrão, um assaltante, com uma face nova e inesperada... O assalto foi repentino, surpreendente e doce... Compreendi algumas coisas, em que antes, ainda eu não havia pensado... Eis algumas delas:
1)    – Realmente, o Amor não tem idade!
2)    – Nem se dobra a preconceitos...
3)    –Muita coisa, entretanto, e com o tempo, mudou...
4)    –Há sempre a possibilidade de amar, se tivermos o coração disponível e não nos importarmos com experimentar formas novas de amar...(Isto, falando mais de sentimentos, e menos de sensações físicas!)
5)    –O Amor tanto pode ser apenas vivido na alma  - e deriva assim em amor platónico – como pode ser transposto para expressões corporais – e aí, transforma-se em paixão! Para isso, a escolha pode, ou não, depender de nós...
6)    Para amar, às vezes, é preciso pagar o preço...
Não me importo! Pagarei o que fôr preciso! Não vou renegá-lo, desta vez, nem mandá-lo embora...
Mas farei o que estiver ao meu alcance para expressá-lo e vivê-lo tanto quanto puder! Sabendo que sou correspondida... Estou tão feliz!”
Satisfeita, pôs a data, assinou, como sempre o fazia quando escrevia nesse diário seu, íntimo. Vivendo sozinha, e sem ter com quem desabafar, havia achado nisso um meio de aliviar algum stress e ao mesmo tempo, pôr as ideias em ordem. Fechou, finalmente, o livrinho, que comprara havia pouco tempo, em substituição do anterior, cujo espaço para escrever se esgotara algums dias antes.
Ficou, por um momento, ainda, sentada, pensando em Valério, o seu amor descoberto recentemente. Valério tinha menos dez anos do que ela. Mas ela não se importava com a diferença de idades, nem ele tampouco! Haviam sentido o flash da paixão súbita, logo ao conhecerem-se. Um primo dele os apresentara, um par de meses antes, numa festa de aniversário familiar. Aos quarenta e cinco anos, Márcia, que havia permanecido vários anos sozinha e nunca casara, após alguns namoros inviáveis, encontrara, por fim, alguém com quem, finalmente, se identificava em muitas coisas.
Valério e ela haviam continuado a encontrar-se e também, nesses encontros,  conversado bastante, até há poucos dias, e haviam chegado ambos à conclusão que eram muito parecidos, na sua forma de estar na vida. Mais que uma amizade, uma faísca repentina de paixão acendera-se entre ambos. Não puderam e  nem quiseram ignorar esse facto. Sentiram-se tão bem juntos, no primeiro encontro, que, de mútuo acordo, tudo fizeram para reencontrar-se, diariamente, ou falarem, apenas, pelo telefone e até mesmo pela Internet.
 Havia alguns anos que Márcia se independentizara de sua família e vivia apenas ligada ao seu trabalho de administrativa numa empresa de contabilidade, em Tavira. Alguns dos seus colegas, agradados com ela, haviam tentado a sua sorte, sem conseguir mais do que serem educadamente rejeitados. Nenhum deles, por muito cortês que fosse, havia conseguido que lhe sucedesse o que agora lhe sucedera, em relação a Valério...
Valério era um rapaz interessante, sem que se lhe pudesse considerar “bonito”. A ela, parecia-lhe óptimo, assim, tal e qual ele era: loiro, mas com uma tonalidade de cabelo meio aruivado, olhos verdes claros, expressivos, um rosto de maxilares bem definidos,  e nariz aquilino... Não usava barba nem bigode. Dizia não gostar disso. Sempre muito bem arranjado e moderno, ou não fosse ele um jovem!
Esse rapaz acumulava profissionalmente as funções de socorrista da Cruz Vermelha, e de técnico de manutenção na própria delegação dessa instituição, em Tavira, cidade em que viviam tanto ele como Márcia.
Conforme Márcia se levantou da cama, onde se sentara para escrever no diário, pouco depois de acordar, nesse seu dia de descanso, e querendo guardar o diário onde sempre o guardara, numa gaveta de um dos móveis do seu quarto, foi interrompida nesse seu movimento pelo toque do telemóvel. Apanhou-o de cima da mesa de cabeceira, verificando que se tratava de uma das suas tias. Atendeu, com uma careta de desagrado, prevendo logo o pior... Depois dos breves cumprimentos dados com uma voz seca e ríspida pela tia, como de costume, o ataque esperado não demorou:
- Já soube que arranjaste um namorado!- Isto foi dito em tom de censura inequívoca.
- Sim, tia, é verdade!- Respondeu Márcia, convicta.
-Então, tu não tens vergonha de dar corda a um homem tão mais novo do que tu? Um badameco qualquer que só pensa decerto em divertir-se e aproveitar-se de ti!
- Vergonha? Vergonha, porquê? Em primeiro lugar, não fizemos nem estamos fazendo mal a ninguém, nem ele, nem eu! Em segundo lugar, eu não lhe dei corda nenhuma, porque ele não se meteu comigo! Foi outra pessoa que nos apresentou um ao outro! E em terceiro lugar, o Valério não se anda a divertir à minha custa nem a aproveitar-se de mim, sequer! – Respondeu Márcia, já furiosa pelo ataque de que estava a ser alvo.
-Moça! Isso fica-te mesmo mal! Põe-te no teu lugar! Agora, com a tua idade, não precisavas disso para nada! Ou estás assim tão faltada de ter um homem para a cama? Deve ser isso que ele quer de ti, apenas e...
Márcia, fora de si, interrompeu-a, gritando, já:
- Tia, isso é a sua maneira de pensar! Não é a minha! Eu é que sei do que preciso ou não! A vida é minha! E ninguém tem nada que ver com isso, nem sequer você! A idade também não interessa! Eu não sou nenhuma adolescente a quem tenham que ralhar e advertir! E o Valério também não é nenhum badameco! Você está a ofender o rapaz sem sequer o conhecer!
-Não queres escutar conselhos de ninguém, pois não? Esse moço não é para ti! Tem juízo!
-Olhe, tia, se é para estar contra mim e vir irritar-me, dispenso que me ligue, de hoje em diante! Passe bem!- explodiu Márcia, após o que desligou o telemóvel, pondo fim àquela conversa azeda, que a indispusera de imediato.
-Era só o que me faltava agora! Falsos moralismos e um descaramento destes!- Resmungou para si mesma a meia voz.- Ainda por cima, preconceitos, ideias tão ultrapassadas! E intromissões! Quase que me estraga o dia!
De súbito, mudou de atitude, pensando: - Não! Não vou permitir tal coisa!
Márcia acabara, com efeito, de se lembrar do estudo que havia feito, algum tempo antes, através de um livro de uma escritora americana,  que ensinava as mulheres a mudar o seu comportamento para com elas mesmas, e a desenvolver a sua auto-estima. Essa obra ajudara-a imenso, e agora, essa ajuda estava já a dar o seu fruto: Aprendera a gostar mais de si, e a dar menos importância a opiniões alheias...
Entretanto, tocaram à porta. Márcia vestiu instantaneamente uma vaporosa e transparente espécie de casaquinho de seda côr de rosa por cima das peças íntimas de renda  da mesma côr, que tinha vestidas e com que se deitara na véspera. E foi abrir, pois a campainha insistia. Ela correu para a porta do apartamento, e espreitou pelo olho desta, para ver de quem se tratava, pois não estava disposta a aturar mais gente estúpida e chata...
 Era Valério, e isso fez mudar a expressão do seu rosto, de imediato, destrancando a porta, e sorrindo radiosamente para o rapaz.
-Olá, querida! Como estás? - Disse Valério, olhando-a nos olhos, e sorrindo, enquanto entrava. Quando já se encontrava dentro do apartamento, apertou,  de imediato, Márcia, nos seus braços, e beijou-a apaixonadamente. Ela correspondeu-lhe  totalmente, passando os braços em volta do pescoço do seu amado. Quando se soltaram, ele soltou um assobio de apreciador, dizendo também:
-Sim senhora! Maravilhosa maneira de receber um homem! Estás muito sexy, nessas roupas íntimas! Adorei! Por detalhes como esses, da tua parte, é que estou tão apaixonado por ti! Sabes valorizar-te e cativar-me ao mesmo tempo!
-Amor! Estou tão feliz agora, que tu estás aqui comigo! Mas não te esperava ainda  a estas horas! Bela surpresa!
- Ia a passar aqui perto e resolvi vir ter contigo!
- Fizeste bem! Eu estava a precisar de te ter aqui!
- Hoje estou livre, não tenho serviço que fazer, e então, pensei: que tal aproveitarmos o dia e ficarmos juntos? Já que hoje é Sábado... Não tens trabalho hoje, pois não? Tens algo combinado com alguém?
-Não, meu amor! Nada disso! Hoje é mesmo dia de descanso!
Márcia brindou-lhe um sorriso radioso, quando ele a  voltou a apertar em seus braços, acariciando-lhe os cabelos pretos lisos e fartos, presos num rabo de cavalo comprido e frouxo.    Ele adorava tê-la nos braços enquanto olhava para aquele belo rosto feminino, um pouco marcado, para aqueles olhos côr de avelã que riam, fixando os seus. Outro beijo apaixonado lhes uniu de novo as bocas sedentas. Pouco depois, entraram no quarto dela e sentaram-se sobre a cama, partilhando carícias e beijos, até fazerem amor intensamente.
Quando se sentiram saciados, ficaram deitados lado a lado sobre a cama em desalinho, conversando.
-Sabes, Valério, pouco antes de teres tocado à porta, recebi uma chamada no telemóvel... Livra! Que saco!
- Quem era, querida?
-Uma das minhas tias. Chata e estúpida! Sempre com aquela mentalidade tacanha!
-Que te queria ela?
-Quis impingir-me o falso moralismo dela, como sempre! As notícias  também correram depressa...
-Então?
-Ela já soube de nós dois, nem sei como, e desatou a dizer que eu não tenho idade para namorar contigo, que tivesse juízo, que tu não eras para mim... que eu não queria ouvir os seus conselhos... como se eu precisasse disso, com a minha idade! Safa!
A sorrir, Valério pousou uma mão sobre o corpo feminino despido, encostado ao seu, na cama. Acariciou aquela pele branca e suave, exposta, passeando as mãos pelo corpo bem feito que ele adorava. E disse, de modo maroto:
- Tens idade para ser fogosa e sexy, como és comigo, e para teres um namorado que te adore e te valorize, como é o meu caso!
Estavam a começar a sentir frio, e meteram-se entre as mantas. Então, prosseguiu encarando-a, agora seriamente:
-Tens de ser forte, meu amor! Não ligues, nem te apoquentes com essas pessoas! Nós dois sabemos que nos amamos, que gostamos de estar juntos! É isso que conta, não é verdade?
-Sim, querido! É isso mesmo!
- Estás disposta a lutar juntamente comigo, contra os preconceitos dessas pessoas?
-Claro que sim! O nosso amor dá-me muita força!
- A mim também!
-Vamos unir esforços!
-Sim! Precisas de ser mesmo forte e corajosa!
-Bem sei! Podes crer que eu não vou desistir de nós! Já não saberia viver sem ti! Sem o nosso amor!
-Nem eu sem ti, Márcia! Amo-te!
-Adoro-te, Valério!
O tempo ia passando, e o cerco de críticas e desaprovação ao amor que eles sentiam, à relação existente entre eles ia-se apertanto, densificando. Não era só Márcia que estava a ser criticada, e contestada de vários lados. Familiares e amigos de Valério também não se privavam de falar mal de Márcia a ele. E de querer retirar-lhe a sua amizade. Tudo tentavam, para o fazer desistir de Márcia. Já se relacionavam com muito poucos, de entre todos os que antes, quer amigos quer familiares, se davam com ambos.
Diariamente, Márcia continuava a escrever no seu diário e a rever  os apontamentos vários, dos livros de auto-ajuda que lera antes e de outros que lia agora, e dos quais anotava ainda tudo o que achava mais relevante. De vários testemunhos que também lera, chegara à conclusão que não era a única, nem a primeira a ter tais lutas sociológicas, mas que poderia triunfar. Tinha Valério a ajudá-la, e isso para ela era maravilhoso, tendo também em conta que ele próprio estava a ser atacado, e a ter de lutar em condições muito semelhantes às suas!
De lágrimas nos olhos, muitas vezes, Márcia desabafava de viva voz com o seu amado,  e ele consolava-a o melhor que podia. Como Márcia vivia sozinha e Valério com a sua família, ele era atacado mais directamente, e mais assiduamente pelos da sua casa. Estes lhe faziam já a vida negra, com as críticas e implicâncias agora diárias a que o sujeitavam sem dó, e de má cara. O ambiente familiar estava a ser insuportável para o rapaz. Até ao dia em que, saturado, saiu decididamente e definitivamente de casa, indo juntar-se a Márcia, após os diversos convites insistentes dela própria para que o fizesse. Foi ter com ela, para viverem a dois no seu pequeno apartamento da periferia da cidade.
Depois de um momento de respirar fundo e descansar um pouco, sentado no sofá da pequena sala, onde um bom gosto evidente, da parte de Márcia, havia conferido àquele espaço uma boa nota de conforto, Valério desabafou, por sua vez, como já o vinha fazendo também ele, mas desta vez, já aliviado:
-Querida, eu já não aguentava mais! Nunca pensei que as pessoas fossem tão preconceituosas, em pleno século vinte e um! Arre! Ainda bem que pude vir viver contigo! Obrigado por me quereres a teu lado, meu amor! É tão bom estarmos juntos e tão unidos!
-Queriam separar-nos, não era? Pois, com tudo o que fizeram e disseram, só conseguiram que ficássemos mais unidos do que nunca, querido!- Respondeu ela, que, estando sentada ao lado dele, ergueu-se para sentar-se no colo dele, abraçando-o, acariciando-lhe o rosto e os cabelos louros.
Depois, ergueu-se, dizendo:
-Vou pôr um pouco de música para nós dois! Vais ver como vamos ficar bem!
E dirigiu-se ao pequeno leitor de CD’s que ali estava, perto da televisão. Procurou rapidamente um CD que logo pôs a tocar, e voltou a sentar-se no colo de Valério, beijando-o, enquanto a música começava a soar. A voz inconfundível de Julio Iglesias fazia-se agora ouvir, naquele espaço, onde só eles podiam disfrutar e compreender a mensagem adequada e escolhida com critério por Márcia, que já a escutara antes, inúmeras vezes: “ Amantes, oh, oh, oh, amantes... para la gente somos solo amantes, por vivir juntos, sin estar casados, por no cerrar la vida en un contrato..” , “amantes, con el coraje de ir siempre adelante, vivir la vida entera a cada instante, sin importar lo que murmurén y y hablén”...
-De facto, esta música é o retrato musical daquilo que nós estamos a passar, a viver!- disse Valério, apertanto Márcia em seus braços e cantando depois, em uníssono com a voz do cantor: “Amante, me gusta ser tu amante”... E interrompeu-se para beijar a sua namorada, agora assumida como companheira e amante, e  apertá-la ainda em seus braços, com uma doçura de quem tinha a firme certeza do que sentia por ela, do que queria viver ao lado dela.
E concluiu, olhando-a docemente nos olhos:
-É isso mesmo: amantes!  E, como diz o ditado: “Quem não quer couve, prato cheio!” Adoro ser teu amante, sabias? Não com a conotação de desprezo com que essa gente o diz, mas no verdadeiro sentido do termo: amante, segundo o dicionário, é aquele ou aquela que ama outra pessoa! Tem um significado maravilhoso! Pelo menos para aqueles que se amam realmente, tal como nós! É doce poder dizer-te “amo-te!”, e chamar-te “minha amante”! É grandioso!
Os olhos chamejantes de paixão de ambos não paravam de se fitar.
Márcia disse, após outro beijo apaixonado:
- Nem mais, meu amor! Eu também adoro ser tua amante! Eles vão aprender connosco o que é o verdadeiro amor, vão ver o quanto têm estado enganados, a nosso respeito, e vão saber, duma vez por todas, que este nosso amor não tem barreiras, e que quando se ama de verdade, não há lugar para os preconceitos e os tabus, numa relação!
-Que passem bem sem nós, já que se afastaram, e nos puseram de lado! Também não precisamos deles para nada!
- Como dizia a minha querida avó, e que em paz descanse: “Quanto menos vulto, melhor claridade!”
-Mesmo!- Respondeu Valério, ainda a rir.- Anda daí, miúda! – E levantou-se. -Vamos jantar fora, para comemorar! Hoje convido eu! Vai pôr-te chique, porque linda já tu és! Vá! E eu também vou trocar de roupa, para não fazer má figura ao lado da minha linda estrela!
- És um querido! E também és um autêntico borracho! É para já! E ai daquela que te cobiçar! Sou ciumenta e possessiva, quando é preciso! –Exclamou ela, feliz.
-Isso mesmo! Eu não penso e nem preciso olhar para mais nenhuma rapariga, senão para ti! E os que te cobiçarem saberão  também que tu és só minha!
Nessa noite, foram a um pequeno restaurante do centro da cidade. Deslocaram-se no carro dele. O jantar, num canto discreto do restaurante, decorreu agradavelmente, num ambiente calmo e intimista.
Enquanto ali estavam, passou na televisão, que estava acesa ali perto, a música do genérico de uma novela que todas as tardes dava num dos canais portugueses. Eles não viam, nesse momento, a televisão, que não estava ao alcance do seu ângulo de visão naquele lugar, mas a bela voz feminina de Isabel Campelo, que era quem cantava essa canção, era melodiosa, e conseguiam ouvi-la perfeitamente: “Nunca digas adeus... nunca digas adeus.. vais provar o sabor da paixão... Nunca digas adeus, nunca digas adeus e o amor sairá da prisão”...
Márcia, sorrindo para o seu companheiro, ao escutá-la, disse-lhe:
-A história das personagens principais desta novela é parecida com a nossa! Esta canção é linda! É praticamente a nossa canção, apesar de que a outra, do Julio também se adecua a nós!
-Tens razão! Temos de descobrir quem a canta e procurar o CD para nós dois!
- Boa ideia! Não sei bem quem a canta, mas em casa, vamos fazer uma pequena pesquisa, na Internet, que é fácil, porque isto é a música da novela...
-Para isso, podes contar comigo! Já sabes quem é o Às do teclado! –Disse Valério, a piscar um olho.
-Sim! É uma das tuas diversas habilidades! Adoro-te!
-E eu a ti! Por ti, faço tudo!
-Fazemos uma bela dupla!
-Pois fazemos! Somos cúmplices!
A rir, ergueram ambos os copos onde luzia um apetecível vinho rosé, cor de romã, cristalino, e brindaram:
-A nós dois! À nossa saúde!
-Sim! E à nossa paixão!
E depois, ambos:- Tchim, tchim! Ah!Ah! Ah!
E os outros, os que os desaprovavam... que fossem “dar uma curva ao bilhar grande!”
Eles estavam juntos, felizes, e iam permanecer assim.


FIM

Nely, 
Outubro 2017
( Do meu livro de contos "Novo Rumo")


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